A vingança

Não, não chores mais. Menina não chore assim
Não, não chores mais. Procure á Deus seu verdadeiro pai.

O tempo passa o sol se esconde a lua não vem, terça-feira muita chuva tá embaçado pra sair, tá muito cedo pra dormir, no quarto da empregada um tesouro está guardado, uma virgem 13 anos um tremendo mulherão isca fácil, presa fácil para o filho do patrão, um playboy folgado  só dá valor ao BMW que o pai lhe deu, resolve tirar o atraso com aquela inocente, Maria veio de outro estado, ninguém tá do seu lado, sem família educação, sem escola sem um lar, dependia do emprego, o  fulano abriu a porta, ela começa a rezar por favor me deixa em paz tinha um sonho de se casar,  ter seus filhos e seu  lar. Ele manda ela se calar diz que no final ainda vai gostar, violento-a sem dó seus sonhos viraram pó, não podia reclamar, tinha medo de perder o emprego, passado algum tempo o resultado é evidente, sua barriga cresce e a verdade aparece, o patrão diz: Maria, pegue essa grana e vê se desaparece, atitude normal pra nós é natural, ver rico dando esmola como se fosse hora extra, nem  pensou na conseqüência o filho, que vai nascer na rua sem assistência,   Maria agora está só sem auxílio pede clemência deixar rolar, o mundo gira e até as pedras podem se encontrar Faz 7 anos que o moleque  nasceu, pela idade é normal ir pra escola e tal, já no  primeiro a brincadeira no pátio era policia e ladrão, agora tente adivinhar de que lado  ele estar ? Lá na favela não existe empresário pra ele se espelhar, a polícia vai lá somente pra matar,só vê miséria tristeza e lamentos, que se contrastam com os carros importados, que descem na quebrada é sabadão e os botecos estão todos lotados, ele vê uma cena que o deixa chocado, o pai tomando uma cerva com o filho do lado, ele não se conforma, não sabe quem é seu pai, só tem sua mãe e mais  nada, que aliás vive ausente, se  tornou dependente do famoso mesclado, não muito longe dali três tiros são disparados, três corpos são encontrados ele se revolta com tudo ao sua volta, na madrugada ele ainda está em  claro ouve um barulho de carro, sua mãe chega em casa vinda da balada bem louca não diz nada, abriu a porta e desmandou parece um filme de terror, mais é a pura realidade, talvez dura demais para um moleque dessa idade, agora já é tarde conselhos  não adiantam, não matam sua fome ele preferi a cola, não quer saber de escola entrar no mundo do crime virou sua obsessão, começou como avião, moleque é sangue bom, se roda segura bronca não caguetá o patrão, com 12 anos de idade ganhou o primeiro oitão Rápido com o disparo passou do 15 ao 57 com menos de 17 ele já estava legal, seu uma força pra mãe se libertar do vício, comprou sua própria caranga, tem uma mina ponta firme e respeitado, o crime 157 nervoso o mano é linha de frente, já derrubou muita gente pra se levantar, a noite caia a luz acaba ele começa a pensar, lembranças duras demais seu raciocínio é confuso ele se lembra do pai, o ódio que ele carrega é um fardo muito pesado mais uma vez se revolta, com tudo á sua  volta, mais tem um pressentimento, está perto o momento de sua vingança, ao meio dia horário marcado cano enrolado, vigia enquadrado,abriu a porta do escritório, engravatado atrás da mesa parecia conhecê-lo mas não tinha certeza, uma arma apontada para sua cabeça, o covarde abre o cofre tremendo igual vara verde, por favor não atire eu acho que eu te conheço, o mano olha bem  pra ele e tem a mesma impressão, o engravatado pergunta se sua a mãe é Maria, ele responde que  sim, pode levar quiser mas não me mate eu sou seu pai, nem quero mais seu dinheiro seu sangue é o meu pagamento, vou cumprir meu juramento e vingar minha mãe, 7 tiros foram disparados de um cano de 8 polegadas, calibre 357 foram 5 na cabeça e mais 2 no peito, o serviço está feito, ele  chega em casa chama a mãe e diz: Mãe guarde essas armas pra mim, com elas não preciso mais atirar, pois o fulano que um dia te usou e nos abandonou, eu acabei de matar